
Temos atravessado trânsitos astrológicos complexos que intensificam as dinâmicas de conflito, tanto pessoais como colectivas, levando-nos a confrontar medos, inseguranças, feridas e muita impotência. Resultado: Stress prolongado= Ativação do sistema nervoso simpático (que de simpático não tem nada!) = Doença.
De uma forma muito objetiva, partilho contigo um pouco do meu próprio processo que desencadeou exatamente esta situação de desequilibrio físico e emocional e que teve início em Outubro de 2023, há pouco mais de 1 ano:
Terminei um relacionamento difícil;
Fui vítima de tentativa de abuso sexual pelo meu senhorio, ativando a minha ferida de abuso na infância;
Tive de mudar de Casa pelo desconforto e medo constantes;
Mudei de casa para uma 2 vezes mais cara que a anterior;
Perdi o meu emprego, que amava;
Não tive direito a subsidio de desemprego;
Resolvi pedir um empréstimo para abrir o meu espaço Terapêutico. Foi muito difícil e stressante devido à minha condição financeira. Não consegui.
Insisti e pedi ajuda a toda a gente. Comecei a trabalhar intensamente nas obras do espaço, que tive de fazer sozinha por falta de recursos;
Fiquei sem dinheiro;
Recebi um empréstimo particular para finalizar o projeto e muita ajuda paralela da minha familia, algo que para mim é muito difícil porque sinto que estou a pesar (lua capricórnio);
A minha filha mais nova desenvolveu um quisto gigante na base da coluna e foi submetida a uma pequena cirurgia. Não foi anestesiada convenientemente. Foi um filme de horror. O meu sistema nervoso colapsou ao testemunhar tanta dor. Senti que esta situação levou-me para um espaço limite de burnout.
Depois de muito trabalho e stress, abri o espaço Terapêutico;
1 semana depois tive um problema cardíaco que arrasou completamente comigo;
Tive de fechar o espaço e ficar em repouso absoluto pois mal conseguia fazer as coisas do dia-a-dia sem ficar exausta. Foram 4 meses de recuperação. Sem trabalhar. Sem dinheiro. Sem Saúde.
Depois do ano mais desafiante da minha vida, apesar de todas ferramentas que sei e que me mantiveram o melhor possível a funcionar no básico, o meu corpo entrou em ruptura total. Não conseguia comer sem ter dores de estômago muito fortes, dores no corpo constantes e muita fraqueza. A minha capacidade respiratória ficou muito afetada e o meu sistema imunitário parecia não existir. Ficava doente por tudo e por nada. Infeções respiratórias, urinárias, ouvidos. O meu corpo colapsou de tanto stress.
Hoje já estou bem a 80% muito graças a todas as ferramentas que fui estudando ao longo dos anos e que apliquei durante todos estes processos. Meditação, Alimentação saudável, Movimento, Ferramentas de integração emocional, Terapia, Respiração consciente, Suplementos chave e a Astrologia que sempre me ajudou a ver as coisas de um ponto de vista evolutivo. Ainda assim, continuo a tratar o meu intestino e estômago, que ainda não recuperaram na sua totalidade, mas para lá caminham!
Em momentos de muito stress, o nosso sistema digestivo tem tendência para ficar afetado, pois tanto o estômago como o intestino são duas áreas do corpo que estão muito ligadas aos nossos medos, inseguranças e apegos.
O impacto do Stress na Saúde do Sistema Digestivo
Quando estamos sob stress, o nosso corpo entra num estado de "luta ou fuga", onde o sistema nervoso simpático assume o controlo, como vimos neste artigo. Este mecanismo, que desenvolvemos para nos proteger de perigos imediatos, prepara o corpo para a acção. No entanto, quando o stress é constante ou crónico, este estado de alerta contínuo afeta a nossa saúde, particularmente o sistema digestivo.
O estômago e o intestino são áreas especialmente sensíveis ao stress. O aumento dos níveis de cortisol e adrenalina, hormonas relacionadas com o stress, interfere com a produção de ácido gástrico, dificultando a digestão. Esta disfunção pode levar a condições como gastrite, refluxo gastroesofágico, síndrome do intestino irritável (SII), e, em casos mais graves, úlceras. A inflamação das paredes intestinais, provocada por desequilíbrios crónicos, pode causar desconforto, má absorção de nutrientes e aumentar a permeabilidade intestinal, conhecida como "intestino permeável".
Além disso, o nosso intestino é muitas vezes apelidado de "segundo cérebro" devido à presença de milhões de neurónios no sistema nervoso entérico. Este sistema está intimamente ligado ao cérebro através do nervo vago, o que explica porque os desequilíbrios no intestino podem ter um impacto direto na nossa saúde mental.
A Ligação Entre o Intestino e a Depressão
Depois de superar tantos desafios num espaço tão curto de tempo, com o sistema nervoso ainda a recuperar e com o intestino em total desequilíbrio, estava perfeitamente consciente sobre a possibilidade do meu corpo entrar em depressão. Tive dias muito maus, perdi imenso cabelo, entre outras coisas; mas o facto de saber como reverter a situação, obrigou-me a um compromisso comigo mesma de me cuidar o melhor que conseguisse, ainda que para isso tivesse de contrariar a minha vontade de desistir, devido ao desequilibrio químico do meu corpo.
Vários estudos científicos têm demonstrado que desequilíbrios na flora intestinal influenciam claramente o desenvolvimento de distúrbios emocionais, como a ansiedade e a depressão. Um intestino desequilibrado pode comprometer a produção de neurotransmissores como a serotonina, conhecida como a "hormona da felicidade", que é produzida em grande parte no intestino. Quando o intestino está inflamado ou disfuncional, a produção de serotonina é prejudicada, o que pode agravar ou desencadear estados depressivos. Assim estava eu, a lutar contra a incapacidade do meu corpo.
Além disso, o processo digestivo também afeta a produção de outros neurotransmissores cruciais, como a dopamina e o GABA, que têm um papel central na regulação do humor e do bem-estar. Assim, quando cuidamos do nosso intestino, estamos, na verdade, a cuidar da nossa saúde mental e emocional.
A Metafísica das Doenças Gástricas e Intestinais
A metafísica das doenças ensina-nos que cada parte do corpo tem um significado simbólico e emocional. Cada orgão está também ligado a um centro energético específico. O estômago, por exemplo, está ligado à forma como "digerimos" as emoções (centro amarelo; Vontade - plexo solar). Quando enfrentamos situações que são difíceis de processar ou aceitar, seja no trabalho, nas relações ou na nossa vida pessoal, interrompemos a fluidez da energia desse centro. Como consequência, o nosso estômago reage, reflectindo essa dificuldade em processar as emoções, manifestando-se na dificuldade em processar os alimentos. Daí surgem sintomas como azia, náuseas, digestões lentas, dores abdominais, etc.
O intestino, por sua vez, é responsável por absorver o que nos nutre e eliminar o que já não nos serve. Metafisicamente, ele está relacionado com a nossa capacidade de discernir o que devemos "reter" e o que devemos "libertar" nas nossas vidas. Energeticamente, está também ligado ao mesmo centro da vontade: Plexo Solar. Quando temos dificuldade em desapegar de situações, sentimentos ou pessoas, o intestino pode manifestar esta resistência, desenvolvendo problemas como prisão de ventre, diarreia, doença de crohn, etc. Finalização de Relacionamentos ou morte de alguém muito querido são situações que habitualmente levam a desequilíbrios intestinais.
Quando o desequilíbrio do nosso intestino se prolonga e a raiz emocional do problema não é tratada convenientemente (apenas tomamos medicamentos para aliviar os sintomas), pode dar origem ao desenvolvimento de doenças autoimunes e cancro.
Caminhos para a Cura: Corpo e Emoções
Para restabelecer o equilíbrio no estômago e intestinos, é essencial adotar uma abordagem integrada, que combine o cuidado físico e emocional. Aqui ficam algumas sugestões e dicas que usei na minha própria cura:
1. Cuidar da Alimentação e da flora intestinal: Uma alimentação rica em fibras, probióticos e prebióticos ajuda a equilibrar a flora intestinal, promovendo a saúde digestiva. Evitar alimentos processados, açúcar, farinhas brancas e álcool leva à redução da inflamação. Investir em alimentos fermentados (como kefir, kombucha, etc.) e suplementos de probióticos (nutergia - Ergyphilus plus) é uma excelente forma de cuidar do intestino.
Se já tens o intestino irritado, então provavelmente não tens tolerância à maior parte dos legumes, fibras, frutas, grãos, e tudo o que é consideado saudável. Nesse caso, é necessário fazer uma alimentação à base de cozidos e grelhados o mais simples possivel, utilizando protetores gástricos com efeito regenerador: Eu opto sempre pelo Aloe Vera Puro. Compro nos Franciscanos da Luz, que têm produção própria e só custa 10€. Mas se tiveres de usar um omeprazol durante os primeiros dias, usa. Só não o faças para sempre.
Como anti-inflamatório natural usei o leite dourado, que não é mais do que um leite vegetal com curcuma e um pouco de pimenta preta. Observa se o teu estômago tolera. Comigo correu bem.
2. Práticas de Gestão de Stress: Meditação, Yoga, e técnicas de respiração profunda são formas eficazes de reduzir o stress e, consequentemente, aliviar o impacto no sistema digestivo. A prática da consciência corporal ajuda-nos a estar mais atentos às nossas emoções, permitindo-nos "digerir" melhor os desafios da vida. Faz um scan corporal todos os dias e percebe onde tens tensões. Respira para essas zonas com a intenção de restaurar a sua fluidez energética e funcionalidade .
3. Libertar Emoções: Como o estômago e o intestino estão profundamente conectados à forma como lidamos com as emoções, é importante praticar a libertação emocional. Fazeres terapia, escreveres o que sentes, dares uns murros numa almofada, gritar, fazer desporto ou até o simples acto de partilhar os teus sentimentos com alguém de confiança podem ajudar a aliviar a pressão interna. E claro, bebe muita água!
4. Equilibrar o Sistema Nervoso: Técnicas como a massagem, o trabalho com o nervo vago (através de exercícios respiratórios ou contacto físico leve como Terapia Tântrica) ajudam a equilibrar o sistema nervoso autónomo.
5. Reprogramar Crenças e Padrões: Muitas vezes, os desequilíbrios gástricos e intestinais estão relacionados com padrões emocionais profundos, como o medo do desconhecido, o apego ao passado ou a dificuldade em aceitar mudanças. Trabalhar com estas questões, através de terapias de cura emocional como PNL, Hipnoterapia ou EFT (Emotional Freedom Technique), pode ajudar-te muito!
Reflexão Final
O stress é uma das principais causas de doença em todo o mundo. O nosso corpo fala connosco de muitas formas, procurando alertar-nos para os desequilíbrios, tanto emocionais quanto físicos. Quando prestamos atenção ao feedback do nosso corpo, estamos a observar de perto para como integramos as nossas experiências de vida. O nosso corpo é, na realidade, um poço de sabedoria, assim saibamos escutá-lo.
Resta-me dizer-te: Cuida de ti, do teu corpo e das tuas emoções. A tua Saúde depende disso e tu mereces viver num corpo saudavel, vibrante e funcional. E se precisares de ajuda, marca uma sessão com alguém da tua confiança! Nem sempre conseguimos curar sozinhos e é bom sermos acompanhados nos momentos de maior vulnerabilidade!
Um grande Abraço,
Rita
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